‘A briga pela audiência está acabando com a TV aberta’, diz Antonio Tabet
LÍGIA MESQUITA
Antonio Tabet, o Kibe Loco, sócio do Porta dos Fundos, estreia à meia-noite deste domingo (7) a nova temporada de seu “Show do Kibe”, no canal pago TBS.
Desta vez, o talk show terá temática olímpica, com apenas esportistas entrevistados.
No programa, Kibe “engana” os convidados dizendo que farão um ensaio da entrevista antes de gravá-la. Assim, busca espontaneidade. “Ninguém desconfiou. Como não é a Globo, nenhum deles viu [risos]”, diz.
Na última semana de agosto Kibe terá mais dois colegas comandando talk shows: Fabio Porchat, na Record, e Marcelo Adnet, na Globo. Além de Danilo Gentili, já no ar no SBT.
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Olimpíada é o tema do momento. Dá para deixar as entrevistas mais interessantes?
Sempre buscamos humor. E como somos leigos em esportes olímpicos, fizemos as perguntas que soariam idiotas em um programa esportivo. Perguntei ao Xuxa [Fernando Scherer] se é comum nadador fazer xixi na piscina. Ele contou que fez em todas as piscinas, inclusive na jacuzzi de ‘A Fazenda’ [Record] (risos).
Como vê a profusão de talk-shows?
Sou fã do formato. Confesso que tenho inveja, queria estar no lugar dos três [Adnet, Porchat e Gentili], porque o meu seria melhor que o de todos eles! O tipo de humor de cada um é diferente, a vida, as tendências sociopolíticas. O formato permite muita coisa.
Dá para inovar nesse formato?
Acho que dá. Até porque no Brasil a gente só teve uma referência, o Jô, que é um cara maravilhoso, mas que o formato não permitia tudo que os gringos têm.
Aqui temos menos dinheiro e as redes de TV acham que investir em roteiro, por exemplo, é perfumaria. Quando um talk-show ganha um Emmy sobem 40 roteiristas. Aqui, se tiver seis, tá no lucro.
Gostaria de ir para a TV aberta?
Tenho um projeto de talk- show, mas não é o momento.
Na verdade, acho que hoje é melhor TV fechada e internet, pela liberdade. Essa briga a qualquer custo pela audiência é um dos motivos pelos quais a TV aberta está acabando.
As TVs não dão tempo para que os produtos amadureçam, se desenvolvam. Nesses momentos você sente falta de um Boni, um cara que cagava para a audiência, um cara que programava musica clássica sem ligar para a audiência porque aquilo era uma bandeira.