‘Nos amamos na ‘Escolinha’ como colegas do primário’, diz Mateus Solano
POR GABRIELA SÁ PESSOA (interina)
Quando criança, Mateus Solano, 34, imitava o Zé Bonitinho em suas brincadeiras com o irmão. Hoje, o ator dá vida ao “perigote das mulheres” na nova “Escolinha do Professor Raimundo”, tributo ao humorístico de Chico Anysio.
Os episódios são exibidos nas tardes de domingo na Globo, às 14h30. O primeiro deles, que foi ao ar na semana passada (13), marcou 14 pontos de audiência na Grande São Paulo (cada ponto equivale a 67 mil domicílios), três a mais do que a média das últimas semanas.
À coluna, Solano fala da graça que Bonitinho, criado pelo humorista Jorge Loredo, ainda pode ter em 2015 e da criação do personagem.
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Jorge Loredo morreu em março. Muda a responsabilidade?
O fato de ele ter morrido, não. Ele faz parte do imaginário popular brasileiro, é anterior à “Escolinha” –o Jorge fez durante 50 anos, e eu, quando criança, já assistia e imitava, brincando com meu irmão. Isso sem dúvida é que trouxe a responsabilidade e, ao mesmo tempo, o prazer: revisitar o personagem pelo qual eu tinha carinho.
O que fez para dar nova vida ao Zé Bonitinho?
Com muito estudo, fiquei duas semanas vendo o Jorge. Queria colocar o máximo de trejeitos que lembrassem a saudade e a identificação do público. E algumas frases, como “Zé Bonitinho, aquele que não é fio dental, mas vai fundo”. Não quis deixar passar.
Como torná-lo engraçado em 2015?
A graça dele é atemporal. É infantil e ao mesmo tempo toca na sedução. Ele traz o ridículo do galã, daquele que conta muita vantagem. No final, o Zé Bonitinho não fica com nenhuma mulher.
A modernização veio do texto, que trouxe os celulares, as redes sociais e tudo o que não existia no original.
O que você e o elenco acharam dos episódios prontos?
Todo mundo celebrou — não só o Zé Bonitinho, mas os outros personagens. A gente virou uma turminha, mesmo. Em quatro dias [de gravação], a gente se amava como se tivesse feito o primário inteiro juntos.
>> Com BIANCA SOARES