‘No início, sentia obrigação de provar meu talento’, diz Letícia Spiller

LÍGIA MESQUITA
Letícia Spiller (Raquel Cunha/Folhapress)
Letícia Spiller (Raquel Cunha/Folhapress)

Letícia Spiller, 42, começa a se despedir de Soraya, a vilã cômica da novela das 19h “I Love Paraisópolis” (Globo), milionária preconceituosa que, entre outras maldades, maltratou muito a mãe com Alzheimer.

A trama de Alcides Nogueira e Mario Teixeira chega ao fim em 6 de novembro.

A atriz, que fez cinco novelas nos últimos quatro anos, conta ter experimentado tudo, em termos de atuação, com a personagem adorada pelo público. E destaca o ritmo do folhetim, sem histórias se arrastando.

“Quando a novela estende muito, o trabalho fica mais difícil. Quando tem o tamanho certo, é só prazer”, ela afirma à coluna.

Após a novela, Spiller voltará ao teatro em um infantil e produzirá um filme.

Por que o público tem empatia com a Soraya?
Ela foi muito bem construída pelos autores, já existia antes de mim. Quando tem esse carisma, ajuda muito. Desde o princípio, busquei o humor, porque ela fazia coisas absurdas. Mas infelizmente existem pessoas assim.

A personagem foi punida por racismo. Torceu por isso?
Sim, ela mereceu. Talvez aí tenha começado o processo de humanização dela.
A gente só vai conseguir tocar as pessoas por meio da arte. As pessoas querem leveza, a realidade está difícil. Com leveza podemos abordar temas sérios. A novela fala da diferença de classes, muitos com pouco e poucos com muito.

Você foi paquita. Sofre preconceito no seu meio?
Hoje em dia eu não sinto. Mas não dá para agradar a gregos e troianos. Foi um momento da minha vida, foi bacana pra mim. Quando somos jovens, adolescentes, estamos experimentando a vida. No início da minha carreira como atriz me sentia na obrigação de provar [meu talento]. Hoje não passa pela minha cabeça.

Viraria apresentadora?
Já recebi convites, mas para aceitar tem que ser algo que eu goste e tenha a ver comigo. Talvez um programa sobre arte.

 

>> Com BIANCA SOARES