Futuro da TV é tema de debate em evento internacional na Globo

LÍGIA MESQUITA
Marcelo Adnet interpreta um radialista para contar a história da TV no Brasl (Lígia Mesquita/Folhapress)
Marcelo Adnet interpreta um radialista para contar a história da TV no Brasl (Lígia Mesquita/Folhapress)

 

A Globo foi anfitriã nesta quinta (25) do International Academy Day, evento promovido pela Academia de Televisão, Artes e Ciências dos EUA, entidade que concede o prêmio Emmy.

A série de palestras sobre o futuro da TV e as tendências do mercado aconteceu no Projac no Rio, e teve um show de abertura contando a história da televisão no Brasil encabeçado pelo humorista Marcelo Adnet. Os atores Fernanda Montenegro e Lima Duarte seram um selinho para mostrar como foi o primeiro beijo em novela no país.

O diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder, disse que a emissora tem a missão de “criar, produzir e distribuir conteúdo de qualidade, que informe, entretenha e contribua para o conhecimento de nossos telespectadores”.

Ao longo do dia foram apresentados três painéis. O primeiro, sobre o futuro do gênero drama na TV, contou com o autor e diretor de dramaturgia diária da Globo, Silvio de Abreu, e com o diretor Claudio Torres, sócio da produtora Conspiração. E com uma apresentação de tendências desse mercado feita por Virginia Mouseler, da agência The Wit.

Mouseler falou da tendência de “super séries”, dramas de 60 capítulos, e das “narconovelas”– produções que abordam o mundo do narcotráfico como “Master of Paradise”, exibida neste ano nos EUA, e “Pablo Escobar”, entre outras.

O segundo painel abordou as inovações tecnológicas na mídia e o último debate tratou da cobertura de grandes eventos esportivos, destacando o trabalho da emissora carioca na Copa do Mundo e a preparação para a Olimpíada do Rio. Dois executivos da rede americana NBC participaram.

Sem mudar?
Ao falar das novelas no Brasil, Silvio de Abreu afirmou que os folhetins brasileiros não sofrem mudanças radicais de rumo por causa de pesquisas com telespectadores.

“Não mudamos a história porque as pessoas não gostam disso ou daquilo”, disse o autor e diretor da Globo. “Quando o público não está entendendo temos que mostrar mais claramente o que queremos dizer. É sempre um problema de comunicação.”

A declaração de Abreu foi dada após diversas alterações na história original da atual trama das 21h, “Babilônia”, por causa da baixa audiência e da reação de telespectadores aos temas abordados pela novela, como o amor entre pessoas do mesmo sexo.