‘Polêmica de beijo gay na TV é fora da realidade argentina’, diz Michel Noher
Quando o argentino Michel Noher, 32, foi convidado a participar da novela “Sete Vidas” (Globo), o diretor Jayme Monjardim fez um pedido: o público precisava entender o que ele falava.
O ator, que estudou português muitos anos na Argentina, passou então a fazer sessões de fonoaudiologia para viver Felipe na trama das seis de Lícia Manzo.
Em seu segundo trabalho no país, ele tem se destacado como o jovem que passa por um transplante de fígado.
O primeiro papel por aqui foi em “O Rebu” (2014), quando interpretou o piloto de F-1 Antonio Gonzalez.
“Neste ano iria fazer teatro em Buenos Aires, mas preferi vir para cá. Não sei se foi a escolha correta, mas foi a que fiz”, diz ele, que herdou o ofício do pai, Jean-Pierre Noher, também no ar em “Sete Vidas”. Michel falou à coluna:
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É muito diferente fazer TV no Brasil e na Argentina?
Difícil comparar. Vocês têm 200 milhões de habitantes, nós temos 40 milhões. Temos que multiplicar por cinco para pensar o que acontece no Brasil. Essa proporção leva a outros tempos no roteiro, em produção. Em “Sete Vidas” gravamos na Patagônia, no glaciar. Não lembro de novela argentina gravando lá. Os níveis de investimento são diferentes. Aqui, vocês sabem a novela que vão fazer daqui a dois anos. Mas lá também temos coisas muito boas.
Na Argentina teve até cena de sexo entre homens em novelas. O que achou da polêmica do beijo gay em “Babilônia”?
Muitos temas precisam estar na TV, ser falados. Essa polêmica é só medo de algo real, que existe. Na Argentina temos casamento gay aprovado e outros direitos reconhecidos. Fiquei surpreso porque essa polêmica é algo fora da nossa realidade.
O ator ganha mais aqui?
O real é mais forte que o peso. Estou satisfeito.
>> com VICTORIA AZEVEDO