Gentili faz sátira de entrevista de Dilma e critica Jô: ‘Só vi propaganda’
LÍGIA MESQUITA
O apresentador Danilo Gentili, do “The Noite” (SBT), postou um vídeo em sua página do Facebook na tarde desta quinta (18), em que satiriza a entrevista de Dilma Rousseff ao “Programa do Jô” (Globo). Até as 18h, o vídeo já tinha mais de 1,7 milhão de visualizações.
Na brincadeira, Gentili chama Dilma de “senhor” e de “o presidente” e faz perguntas como “Você acha que vale a pena se aliar a satanás para permanecer no poder?”. As respostas são editadas com trechos fora de contexto da conversa da presidente com Jô Soares.
Gentili conversou com a coluna. Leia a seguir a entrevista:
Por que fazer uma sátira à entrevista da presidente ao Jô?
Danilo Gentili – Porque eu não vi nenhuma pergunta ser feita, só vi propaganda. Eu fiz algumas perguntas que eu gostaria de ter feito.
Você acha que o Jô pegou leve?
Nem pergunta foi feita. Era tudo “conta aquela história bonitinha da prisão”. Ele não fez pergunta. Não pareceu entrevista, pareceu propaganda. No vídeo de amanhã (sexta, 19) tem mais perguntas que eu gostaria de ter feito.
Mas no seu vídeo tem uma ou outra pergunta, o resto é tiração de sarro.
Não faço perguntas até porque ela não vai responder, ela não tá lá. É uma sátira.
Na sua brincadeira de edição ela “responde” ao que você pergunta.
No vídeo de hoje (quinta, 18) eu concentrei na parte engraçada. Amanhã (sexta, 19) estão concentradas as perguntas que eu realmente gostaria de ter feiro. Eu fiz uma parte mais voltada para o humor, depois tem as perguntas e, na segunda (22), eu solto a terceira parte.
Por que você chama a presidente de “o senhor” e “o presidente”? Não é machista?
Não, porque eu quis mostrar respeito.
E por que não senhora?
Porque eu escolhi. Agora vem cá, você tá fazendo a entrevista ou quer mostrar que eu sou machista?
É uma pergunta. Quero entender como você está mostrando respeito chamando alguém usando outro gênero. Eu poderia te chamar de a senhora Danilo Gentili?
Pode! A entrevista é tua, fica à vontade. Se você levar em consideração que é uma peça de humor, tenho mais liberdade para fazer. Eu brinquei com a questão dela insistir que a chamem de presidenta, uma palavra que não existe. É esse o respeito. O que às vezes enche o saco é que precisa ver machismo em tudo… É uma palavra que não existe e estou mostrando como é ridículo mudar uma palavra.
O que você fará na parte 2 da sátira?
Ela vai falar o que acha do Aécio [Neves, senador do PSDB] e vai explicar como ela é a favor da liberdade de expressão e da democracia, como disse na entrevista [do Jô], se ela apoia muito Cuba e Venezuela, regimes em que não existe isso.
E na terceira parte falará da Petrobras e da crise no mundo.
O Jô foi chamado de petista pela entrevista. Você não teme ser chamado de tucano?
Quando assistirem à segunda parte, acho que não vão me chamar.